Bolsonaro diz que demitirá presidente dos Correios e que convidou Santos Cruz
Projeto
de Lei nº 4 (PLN 4) prevê a concessão de um crédito suplementar para o governo
no valor de R$ 248,9 bilhões (Foto:
Mauro Pimentel / AFP)
O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta sexta-feira, 14,
que vai demitir o presidente dos Correios, general Juarez Aparecido de Paula
Cunha. Em café da manhã com jornalistas, o presidente justificou que ele
"foi ao Congresso e agiu como sindicalista". O presidente informou,
ainda, que convidou o general Santos Cruz para ocupar a vaga, mas adiantou que
não tem o nome do substituto.
Santos Cruz foi demitido na quinta-feira, 13, da Secretaria
de Governo, ministério que cuida, por exemplo, da verba de publicidade do
governo. O jornal O Estado de S. Paulo participou da entrevista do presidente
nesta sexta-feira.
No último dia 5 de junho, o presidente dos Correios esteve
no Congresso quando fez críticas ao processo de privatização da empresa.
Segundo o jornal Gazeta do Povo, na ocasião, o presidente dos Correios disse:
"Eu não queria falar de privatização, até porque não é problema meu, se
privatizarem uma parte dos Correios, eu acredito que vai ser do lado bom, o que
tirar daqui vai faltar lá. E quem vai pagar essa conta? Esse alguém será o
Estado brasileiro ou o cidadão brasileiro que paga imposto. É um negócio
complicado."
O discurso vai na contramão do próprio governo. O
presidente Jair Bolsonaro é quem determinou a venda da empresa.
O presidente dos Correios, general Juarez Aparecido de
Paula Cunha, assumiu a estatal ainda no governo do ex-presidente da República
Michel Temer, quando a empresa estava sob o guarda-chuva do ex-ministro das
Comunicações, Gilberto Kassab.
Diferente da posição do presidente Jair Bolsonaro, o
general foi contrário à privatização dos Correios. Depois de resultados
negativos bilionários em 2015 e 2016, os Correios registraram lucro de R$ 667
milhões em 2017. O número de 2018 ainda não foi divulgado, mas há indicativo de
que será positivo.
AGÊNCIA ESTADO