30 de abril de 2017 e até parece que foi ontem. Neste dia o Brasil recebia a triste notícia da perda de um dos maiores nomes da MPB. Antônio Carlos Belchior; ou simplesmente, Belchior. O rapaz latino-americano, que em uma de suas composições se considerou um sujeito de sorte. Mas, sabe... acho que nós também podemos nos considerar, por ter a honra de ouvir sua grandiosa obra.

Em uma de suas composições, Pequeno Perfil de Um Cidadão Comum, a impressão é que ele está se descrevendo: “Era um homem de bons modos”. “Era feito aquela gente honesta, boa e comovida”. Quem escuta a discografia do sobralense, pode aprender sobre literatura, filosofia e muitas outras coisas. Você não sente nem vê, mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo: Você faz falta.

No dia em que a morte de Belchior completa 3 anos, fãs prestaram homenagens nas redes sociais. Nosso leitor, Mário Freire, disse:

“É um tanto quanto complicado definir exatamente o que é “música popular”. Nem sempre o que conhecemos por MPB é exatamente popular, do conhecimento de todos. Alguns, porém, fogem a regra da lógica do popular = música fácil, de baixa complexidade artística. Belchior é um deles. Três anos depois de sua partida, fica a certeza da permanência de sua arte e de suas referências musicais e poéticas. Um poeta cujo trabalho ecoou pelo rádio de forma massiva apesar de sua complexidade, e continuará fazendo nossas cabeças por muito tempo. Salve, Belchior!”

Outro grande admirador da obra de Belchior, o radialista Henrique Vidal, manifestou sua opinião sobre o artista. Ele disse:

“Falar de Belchior é falar de um cara intenso. Sou muito fã e sempre que eu escuto e leio mais, eu aprendo mais sobre o Belchior. Pena que ele tenha se afastado da música muito antes de falecer, mas Belchior era muito de tomar atitudes por ele, pensando nele, sem se importar se estaria agradando ou não os outros. Belchior morou em um mosteiro de capuchinhos, em Guaramiranga, e enquanto levava sua vida religiosa, começou a escrever. O sobralense decidiu que queria fazer Medicina. Passou para Medicina e cursou durante um tempo. Depois, abandonou a faculdade de Medicina e decidiu-se a viver da música. Sem condição financeira alguma, Belchior saiu em um avião com destino ao Rio de Janeiro. Ele abandonou tudo e foi fazer música. Ele viveu da música muito bem, com a sua obra. Músicas na voz de Elis Regina e tantas outras pessoas. Após tudo isso, ele decidiu abandonar tudo e viver como um andarilho. Eu acho que muita gente tem vontade de fazer o mesmo que o Belchior. Largar tudo, todas as responsabilidades e mudar o estilo de vida. Belchior faz muita falta para a MPB e é sempre bom senti-lo presente ouvindo suas músicas. Para mim, falar de Belchior é sempre um prazer”.