Operação da Polícia Federal combate tráfico de fósseis na Região da Chapada do Araripe
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira, 22/10, a Operação Santana Raptor, decorrente de investigação iniciada em 2017 e que resultou no Inquérito Policial que apura esquema de tráfico de fósseis na Região da Chapada do Araripe, sul do estado do Ceará.
Foram cumpridos 19 Mandados de
Busca e Apreensão, sendo 17, no Ceará, nos municípios de Santana do Cariri e
Nova Olinda, e dois no Rio de Janeiro. As medidas são cumpridas em endereços de
investigados, sobre os quais constam fortes indícios que integram organização
criminosa, envolvendo empresários, servidores públicos, mineradores,
pesquisadores e atravessadores de fósseis extraídos da Chapada do Araripe.
Até o momento, dois homens foram presos em
flagrante com fósseis, em Santana do Cariri e Nova Olinda. A investigação
aponta o primeiro preso como dos principais negociadores de fósseis no período
investigado (2017-2020) e o segundo, como responsável por receber valores do
professor/pesquisador do RJ para coleta e guarda dos fósseis.
O esquema investigado consiste na extração
ilegal de fósseis por parte de trabalhadores em pedreiras na região dos
municípios de Nova Olinda/CE e Santana do Cariri/CE, com posterior
comercialização criminosa desses bens da União. Há atuação de uma rede de
empresários, servidores públicos e atravessadores que negociam fósseis raros da
região, com indícios da prática ilícita por parte de professor/pesquisador da
Universidade Federal do Rio de Janeiro/RJ, um dos alvos da operação, bem como
outros pesquisadores nacionais e estrangeiros.
Os investigados responderão, na medida
de suas responsabilidades, pelos crimes de organização criminosa, usurpação de
bem da União e crimes ambientais, previstos nas leis federais 12.850/13,
8.176/91 e 9.605/98, com penas de até 16 anos de prisão. A apreensão realizada
nos endereços objetiva elucidar a atuação dos investigados e de terceiros nos
crimes, além de apreender os fósseis, com prisão em flagrante dos respectivos
possuidores.
A Polícia Federal ressalta que, em razão da situação de pandemia da COVID-19, foi planejada uma logística especial de prevenção ao contágio, com distribuição de EPIs a todos os envolvidos na missão, a fim de preservar a saúde dos policiais, testemunhas, investigados e seus familiares.
PF
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