A Petrobras anunciou, nesta segunda-feira (8), mais um
aumento para os preços médios de venda aos distribuidores. O diesel vai subir
para R$ 2,24 por litro, representando um aumento de R$ 0,13 por litro. Já a
gasolina passa a custar R$ 2,25 por litro, refletindo aumento médio de R$ 0,17
por litro. Os novos valorem passam a vigoram a partir dessa terça-feira (9) nas
refinarias da empresa.
Esta é a terceira alta nos preços do litro da gasolina
deste ano e a segunda no do diesel. Em janeiro a gasolina era repassada para as
distribuidoras por R$ 2,08 e o óleo por R$ 2,12. O Brasil é um dos países em
que o preço do diesel mais subiu desde outubro de 2020, conforme estudo do
Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis.
"Importante ressaltar que os valores praticados nas
refinarias pela Petrobras são diferentes dos percebidos pelo consumidor final
no varejo. Até chegar ao consumidor, são acrescidos tributos federais e
estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis pelas
distribuidoras, no caso da gasolina e do diesel, além dos custos e margens das
companhias distribuidoras e dos revendedores de combustíveis", informou a
Petrobras, estatal que está sob pressão diante da necessidade de aumentar seus
produtos ao mesmo tempo em que existe ameaça de greve dos caminhoneiros pela
alta do diesel.
Mudanças
em tributos
Na tentativa de conter as críticas por causa da alta no
preço dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse a
apoiadores nesta manhã que voltará a reunir a equipe econômica nesta
segunda-feira para tentar bater o martelo sobre uma medida para baixar o valor
de PIS/Cofins.
Na porta do Palácio da Alvorada, ele disse aos eleitores
que não tem ingerência sobre a Petrobras e que não pretende se tornar um
ditador para extrapolar os limites que a legislação impõe ao presidente da
República.
"Não é novidade para ninguém: está previsto um novo
reajuste de combustível para os próximos dias, está previsto. Vai ser uma
chiadeira com razão? Vai. Eu tenho influência sobre a Petrobras? Não",
disse Bolsonaro.
Na sexta-feira (5), o chefe do Executivo acional acenou
com a possibilidade de mudar a forma de cobrança do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) pelos Estados para amenizar a alta dos
combustíveis, que também tem sido motivo de aumento de inflação, levando o
mercado a prever uma possível alta na taxa de juros.
"Nós pretendemos é ultimar um estudo e, caso seja
viável, seja juridicamente possível, nós apresentaremos ainda na próxima semana
fazendo com que o ICMS venha a incidir sobre o preço do combustível nas
refinarias ou um valor fixo para o álcool, a gasolina e o diesel. E quem vai
definir esse percentual ou esse valor fixo serão as respectivas assembleias
legislativas", afirmou o presidente na ocasião.
O ICMS é um imposto estadual, cobrando sobre venda de
produtos. As tarifas variam de acordo com as mercadorias. Hoje, o ICMS é
cobrado no momento da venda do combustível no posto de gasolina e representa
uma parcela muito grande da arrecadação dos Estados.
Alta
no preço do barril de petróleo
O barril de petróleo Brent voltou a superar a cotação de
60 dólares nesta segunda-feira, pela primeira vez em quase um ano, um sinal de
que o mercado aposta na recuperação e começa a ver a pandemia como algo do
passado.
O Brent, referência na Europa, estava abaixo da cifra
simbólica desde 20 de fevereiro de 2020, quando a epidemia de Covid-19 começou
a se propagar por todo o mundo, ameaçando em particular o setor do transporte,
que consome boa parte do petróleo.
Em abril, o Brent desabou a 15,98 dólares o barril, um
preço que não era registrado há mais de 20 anos, enquanto seu equivalente
americano, o WTI, era negociado de maneira negativa, algo inédito.
A intervenção dos membros da Organização de Países
Exportadores de Petróleo (OPEP) ao lado de seus aliados da chamada OPEP+ foi o
que ajudou, em um primeiro momento, a recuperação dos preços.
Escrito
por Estadão Conteúdo, AFP e Folhapress
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