Ampolas de remdesivir na universidade de
Hamburgo, na Alemanha, em 8 de abril de 2020 — Foto: Ulrich Perrey / Pool / AFP
A Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou, nesta sexta-feira (12), o registro do
primeiro medicamento para pacientes hospitalizados com Covid-19, o antiviral
remdesivir.
Medicamento poderá ser usado
somente em pacientes hospitalizados e com pneumonia;
Não poderá ser administrado
em paciente que esteja em ventilação mecânica;
Apenas adultos e maiores de
12 anos com mais de 40 kg poderão usar a terapia.
O medicamento poderá ser
usado, segundo o registro, em adultos e adolescentes com mais de 12 anos e que
pesem pelo menos 40 kg, hospitalizados com quadro de pneumonia, e que requerem
administração suplementar de oxigênio, mas desde que o paciente não esteja em
ventilação mecânica.
Um estudo usado pela Anvisa
para justificar a liberação apontou que os pacientes que tomaram o medicamento
se recuperaram mais rapidamente que os demais: os que receberam o remdesivir
tiveram melhora clínica em 10 dias, enquanto que os que não receberam a terapia
tiveram melhora em 15 dias.
Nos estudos, nenhum dos
pacientes que utilizou o antiviral morreu. Entre os efeitos adversos, foi
observado, em alguns casos, toxidade no rim.
O tratamento com o
remdesivir deve ser utilizado no mínimo 5 dias e no máximo 10 dias.
O Remdesivir é produzido pela
biofarmaceutica Gilead Sciences e trata-se de um medicamento sintético usado de
forma intravenosa (injetado na veia). Ele age impedindo a replicação viral.
O medicamento já está sendo
usado de maneira emergencial nos Estados Unidos desde novembro. Por lá, ele é
usado em adultos e crianças a partir de 12 anos e pesando mais de 40 quilos,
que estejam hospitalizadas, mas só pode ser administrado por via injetável em
um centro médico ou meio equivalente. Outra autorização emergencial foi
acordada paralelamente para crianças com menos de 12 anos que pesem pelo menos
3,5 quilos.
Logo após a aprovação
americana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que o Remdesivir não é
recomendado para pacientes hospitalizados com Covid-19, uma vez que o antiviral
não evita mortes, nem o agravamento da doença.
"Isso [registro do
medicamento] é fruto de uma eficácia, segurança e qualidade apresentadas",
afirmou o gerente Geral Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo
Mendes.
Apesar de o registro ter
sido concedido nesta sexta, o especialista em Regulação e Vigilância Sanitária
da agência, Raphael Sanches, afirmou que "ainda restam algumas
pendências" que estão sendo pesquisadas sobre o produto, como o
comportamento do insumo farmacêutico ativo, mas que a segurança e eficácia já
foram comprovadas.
O medicamento pode ser
armazenado em temperatura ambiente e com prazo de validade de 36 meses.
Fonte: G1
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