O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que
será candidato nas eleições de 2022. A declaração foi publicada em entrevista
exclusiva à revista francesa Paris Match nesta quinta-feira (20/5). “Não
hesitarei”, afirmou.
“Acho que fui um bom presidente. Criei laços fortes com a
Europa, América do Sul, África, Estados Unidos, China, Rússia. Sob meu mandato,
o Brasil tornou-se um importante ator no cenário mundial”, argumentou. Lula
ressaltou, ainda, que deve se opor a Bolsonaro no pleito do próximo ano e
voltou a dizer que foi vítima de uma conspiração para que não fosse eleito em
2018.
“Em meu primeiro depoimento, disse ao juiz (Sérgio) Moro:
'Você está condenado a me condenar porque a mentira foi longe demais e você não
tem como voltar atrás'. Na verdade, essa mentira envolveu um juiz, promotores e
a grande mídia do país, que me condenaram antes mesmo de eu ser julgado. O que
eles não sabiam é que estou pronto para lutar até o último suspiro para provar
que se uniram para me impedir de ir às eleições", defendeu.
Cenário
Apesar de essa confirmação de Lula da intenção de voltar
à presidência desde que a condenação na Lava Jato foi anulada, a agenda de
reuniões do político vinha dando indicativos de articulação eleitoral. No
início de maio, por exemplo, ele esteve em Brasília por quatro dias e se
encontrou com representantes de diferentes legendas do centro e da esquerda.
Logo depois, a passagem foi vista como “um sucesso” pelo ex-presidente.
Além disso, ele conta com vantagem em pesquisas recentes
de opinião pública. No último dia 12, um levantamento do Instituto Datafolha
apontou que o petista aparece na frente do presidente Jair Bolsonaro (sem
partido) nas intenções de votos para 2022. O ex-presidente também aparece na
frente de nomes como Moro e João Dória (PSDB) em um possível segundo turno. A
informação repercutiu no Palácio do Planalto. Dois dias depois que ela foi
divulgada, Bolsonaro declarou que se Lula for reeleito “nunca mais vai sair”.
Correio
Braziliense
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