À medida que a campanha de vacinação contra a Covid-19
avança, aumentam também os relatos de eventos adversos após a imunização. A
Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) orienta, portanto, que a população procure
os serviços de saúde e comunique aos órgãos responsáveis, como as secretarias
municipais de Saúde, sobre reações após a aplicação da vacina. Todos os eventos
adversos pós-vacinação são reportados ao sistema de notificação do Ministério
da Saúde (MS), o e-SUS. Entre os sintomas mais comuns estão febre, cefaleia,
mialgia, calafrios, diarreia, desconforto abdominal, edema, dor localizada,
náusea, prurido e sonolência.
Segundo a técnica da Célula de Imunização da Sesa, Surama
Elarrat, é recomendado comunicar qualquer sintoma que surge até 30 dias após a
imunização. “Os eventos adversos mais frequentes relatados apareceram nas
primeiras 24 horas após a vacinação e são comumente benignos, autolimitados e
melhoram em poucos dias ou em até 72 horas”, explica.
No Ceará, de 24 de janeiro a 28 de maio foram notificados
no e-SUS 1.401 casos suspeitos de Eventos Adversos Pós-Vacinação, com 772 para
o imunizante CoronaVac/Sinovac/Butantan, 623 da Oxford/AstraZeneca/Fiocruz e
seis da Pfizer. “Em relação à da Sinovac, 215 casos avaliados tiveram
confirmação de relação com vacina e 348 eventos foram relacionados à aplicação
da vacina AstraZeneca. Todas as reações atribuídas à imunização não foram
graves”, analisa Surama. Até a última terça-feira (15), 3.407.550 doses foram
aplicadas no Estado, conforme Vacinômetro da Sesa.
AstraZeneca
A hipersensibilidade ao princípio ativo ou a outro
componente é uma contraindicação a qualquer vacinação e não muda para o
imunizante contra a Covid-19. “A AstraZeneca/Fiocruz é contraindicada àqueles
que já sofreram trombose venosa e/ou arterial associada a trombocitopenia”,
indica Surama. Até o momento, no Ceará, não se tem notificação de caso da
Síndrome de Trombose com Trombocitopenia (TTS).
“A recomendação de não se administrar a segunda dose
do imunizante Oxford/AstraZeneca/Fiocruz está restrita aos casos de trombose
venosa ou arterial maior, associados à plaquetopenia, após a primeira dose da
respectiva vacina. O Programa Nacional de Imunização recomenda também que seja
utilizado uma vacina alternativa, que não possua plataforma de vetor viral
não replicante de adenovírus, em pacientes que apresentaram quadro prévio de
Trombocitopenia Induzida por Heparina (HIT), até que seja avaliado
adequadamente se esses indivíduos estão ou não sob risco maior de
apresentarem um episódio de TTS”, complementa a técnica.
No Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação
contra a Covid-19 define-se também que as pessoas com antecedente pessoal de
trombose (não associado à HIT) ou de trombofilia, independentemente do uso de
coagulantes, não possuem contraindicação ao uso da vacina
Oxford/AstraZeneca/Fiocruz ou outra vacina que utilize plataforma de vetor viral
não-replicante.
A Sesa alerta os trabalhadores da saúde para os sinais e
sintomas da Síndrome de Trombose com Trombocitopenia e as recomendações de
manejo adequado, conforme detalhado na Nota Técnica n.º 441 /2021. Os casos
suspeitos da Síndrome deverão ser notificados no e-SUS.
Gestantes
e puérperas
Por indicação do Ministério da Saúde, há contraindicação
com o imunizante da AstraZeneca para gestantes e puérperas. “No Ceará, segue
mantida a recomendação de vacinação nas gestantes e puérperas com
comorbidades com as demais vacinas Covid-19 em uso, com a da Sinovac/Butantan e
Pfizer/Wyeth”, sublinha a técnica da Sesa.
Surama reforça que “as gestantes e puérperas (incluindo
as sem fatores de risco adicionais) que já tenham recebido a primeira dose da
vacina Oxford/AstraZeneca/Fiocruz deverão aguardar o término do período
gestacional e puerpério (até 45 dias após o parto) para a administração da
segunda dose da vacina”.
Serviço
Pessoas com reação pós vacina podem ser atendidas por
meio do Plantão Coronavírus, via WhatsApp, pelo (85) 984390647.
As unidades notificadoras com dúvidas devem entrar em
contato com o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs)
pelos telefones: (85) 3101.4860, 3101.5215 e 98724.0455; e pelos e-mails:
cievsceara@gmail.com e novocorona.ce@gmail.com.
SESA
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