Em
fiscalização de combate à comercialização ilegal de fósseis, a Polícia Militar
do Meio Ambiente recolheu, nesta sexta-feira (18), oito espécimes de achados
arqueológicos em pedreiras nas cidades de Nova Olinda e Santana do Cariri, no
interior do Ceará.
Dentre as
peças estavam fósseis de Dastilbe crandalli (peixe de água doce que viveu entre
96 e 113 milhões de anos atrás), celacanto (peixe) e o fóssil de um lenho.
As peças
recolhidas foram encaminhadas ao museu de Santana do Cariri e entregues ao
coordenador do local, José Lúcio e Silva.
Em razão do
tráfico nacional e internacional de fósseis que ocorre no sul do Ceará,
diversos exemplares são retirados do seu local de origem. A região é uma das
três mais ricas do mundo na quantidade dessas peças. A mais recente, foi
descoberta em dezembro de 2020, quando uma pesquisa europeia chamou de
Ubirajara jubatus um fóssil encontrado na região cearense.
Ele seria o
primeiro dinossauro não aviário descrito em toda a América Latina. A divulgação
foi alvo de críticas de cientistas brasileiros, que tentam repatriar o exemplar
de um museu na Alemanha, com a ajuda do Ministério Público Federal (MPF).
O Ceará tem
o maior sítio paleontológico do Brasil; devido a falhas na fiscalização da
região e de uma legislação que data de 1942, o comércio ilegal de fósseis
ocorre à luz do dia. Especialistas apontam que diversos exemplares já foram
retirados da região e só foram descobertos após divulgações científicas ou
vendas em leilões fora do país.
O grupo de
pesquisa que descreveu o U. jubatus afirmou que o animal viveu há 120 milhões
de anos, durante o período cretáceo. Ele tinha o tamanho de uma galinha, duas
patas, e o corpo era coberto por fios. Havia ainda duas estruturas rígidas, em
formato de V, feitas de queratina em cada lado de seus ombros.
G1 CE
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