Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado, 24, que
menos pessoas teriam morrido vítimas da covid-19 caso ele estivesse na
coordenação das ações de enfrentamento à pandemia. "Se eu estivesse
coordenando a pandemia, não teria morrido tanta gente" disse Bolsonaro,
para logo em seguida defender o chamado "tratamento inicial" (o
tratamento precoce, como era chamado) e uso de medicamentos off label - quando
o remédio é usado fora das recomendações da bula, como ocorreu com a
cloroquina.
Falta
de coordenação
A falta de uma coordenação pelo governo federal para
frear a covid-19 no Brasil e o incentivo de Bolsonaro ao uso de medicamentos
sem eficácia comprovada para a doença estão justamente entre as principais
vertentes de investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid
do Senado. A demora para a vacinação adquirir ritmo no Brasil e a aposta em
tratamentos ineficazes estão entre as causas apontadas para o País ter quase
550 mil mortos pela doença, dizem especialistas em saúde.
Bolsonaro e seu entorno costumam dizer que a decisão do
Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a competência dos Estados para decidir
medidas de contenção do vírus teria limitado a atuação do governo federal. O
entendimento do STF, no entanto, é de que todos - União, Estados e municípios -
são responsáveis por esse enfrentamento.
"Quando você fala em tratamento inicial, a obrigação
do médico é buscar minimizar o sofrimento da pessoa. E o tratamento off label.
Uma parte considerável de remédios foram descobertos por acaso", disse o
presidente a apoiadores em frente ao Palácio do Alvorada.
Bolsonaro ainda criticou medidas que, na prática, visam a
ampliar a cobertura de vacinados no Brasil. Ele citou as decisões da Justiça
trabalhista que reconheceram demissão por justa causa de funcionários que não
quiserem receber o imunizante.
"Eu pergunto pra vocês, qual país do mundo faz
acompanhamento de quem tomou vacina? Tem gente que está sofrendo efeito
colateral, e o que está acontecendo? A Coronavac ainda é experimental e tem
gente que quer tornar obrigatória. Como tem juízes do trabalho que estão
aceitando demissão justa causa de quem não quer tomar vacina. Eu falei no ano
passado: 'no que depender de mim a vacina é facultativa'. Me acusam de
negacionista", afirmou.
Fonte:
Estadão Conteúdo
Nenhum comentário
Postar um comentário