O Ceará é um dos estados do Brasil que menos recebe
vacinas contra a Covid-19 do Ministério da Saúde. A análise consta em um ofício
da Secretaria da Saúde do estado (Sesa) e considera os envios de doses para
todos os estados do País em relação à população de cada um deles. O documento
afirma que "foi detectado que não está havendo proporcionalidade em
relação à população quando comparadas as Unidades Federadas".
O ofício foi assinado pela secretária executiva de
Vigilância e Regulação em Saúde, Magda Almeida, e enviado ao chefe da Casa
Civil do estado, Chagas Vieira. Foi com base neste documento que Ministério
Público do Ceará, Ministério Público Federal, e Ministério Público do Trabalho
entraram com uma Ação Civil Pública (ACP), nesta quarta-feira (4), requerendo o
envio imediato de doses que deveriam ter sido encaminhadas ao estado.
O G1 procurou o Ministério da Saúde, mas ainda não houve
resposta.
A ação das autoridades ministeriais pede que seja enviado
um total de 1.440.932 de doses adicionais de vacinas contra a Covid-19 para
corrigir o déficit decorrente das doses enviadas a menos nos grupos
prioritários de idosos e profissionais de saúde.
De acordo com o documento assinado pela Sesa, que
considera o envio de imunizantes a todos os estados do País, o Ceará recebeu o
equivalente a 71,22% da sua população; o menor índice do Nordeste e o 23º do
Brasil como um todo. Quando observados os números de São Paulo e Rio Grande do
Sul, por exemplo, o envio de doses corresponde a 98,12% e 93,33% da população
desses estados.
"Foi detectado que não está havendo
proporcionalidade em relação à população quando comparadas as Unidades
Federadas. Nota-se que alguns estados receberam doses relativas à 98,12% da
população geral, como é o caso de São Paulo", escreveu a secretária.
O índice considera a divisão entre a quantidade de doses
distribuídas e a população do estado em questão.
Veja
os números:
São Paulo (98,12%)
Rio Grande do Sul (93,33%)
Rio de Janeiro (92,04%)
Mato Grosso do Sul (85,09%)
Paraná (83,98%)
Amazonas (83,46%)
Espírito Santo (83,36%)
Santa Catarina (83,13%)
Minas Gerais (82,17%)
Acre (81,25%)
Paraíba (75,09%)
Maranhão (75,04%)
Rio Grande do Norte (74,83%)
Mato Grosso (74,29%)
Roraima (73,92%)
Goiás (73,63%)
Distrito Federal (72,79%)
Bahia (72,57%)
Sergipe (72,53%)
Pernambuco (72,40%)
Alagoas (72,40%)
Piauí (71,63%)
Ceará (71,22%)
Tocantins (68,85%)
Rondônia (65,77%)
Pará (65,19%)
Amapá (63,27%)
Os dados mostram que os estados do Sul e do Sudeste do
País recebem a maior quantidade de doses de forma proporcional. O Ceará só
ganha mais doses do que Tocantins, Rondônia, Pará e Amapá.
Na peça apresentada à Justiça, o MP argumenta que "o
pedido do Ministério Público não é para que o Estado seja contemplado com mais
doses que outros Estados, mas apenas para que receba as doses segundo os dados
que refletem o número de pessoas efetivamente existentes nos grupos
prioritários e na população em geral.
Fonte:
G1 CE
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