Fotos: Hélio Filho - Secult-CE
Uma receita ancestral de queijo com manteiga, passada de
geração em geração, rendeu a Dona Leonor, moradora do município de Aurora, dois
importantes reconhecimentos culturais. Ela foi premiada pela Secretaria da
Cultura do Ceará (Secult) na categoria Cultura Alimentar e está concorrendo ao
título de Patrimônio Vivo do estado.
A história de Dona Leonor e sua tradição culinária foram
descobertas pela equipe de pesquisa e desenvolvimento do Mercado Alimenta/CE,
um equipamento da Secult que visa valorizar a cultura alimentar cearense. A
equipe esteve no Cariri por três dias, explorando os sabores e saberes da
região.
Dona Leonor contou que aprendeu a fazer o queijo com
manteiga com sua avó, quando era adolescente. Ela disse que o segredo está no
tacho de cobre, que confere um sabor especial ao produto. Ela também revelou
que a família possui a própria fonte de matéria-prima, complementada pela
compra de leite de produtores locais.
O queijo com manteiga de Dona Leonor é tão delicioso que
chamou a atenção da Secult, que decidiu premiá-la como uma das fazedores da
cultura alimentar do Ceará. O prêmio é uma ação de reconhecimento e valorização
aos indivíduos e grupos de comunidades tradicionais, cozinheiros e detentores
de saberes que contribuem para a diversidade e riqueza da gastronomia cearense.
O prêmio faz parte das ações previstas pela Lei Paulo Gustavo
(LPG), uma lei complementar que destina recursos para o setor cultural
brasileiro, em homenagem ao ator e humorista que faleceu em 2022, vítima da
Covid-19. A LPG é considerada um marco de resistência da cultura e o maior
investimento direto já realizado no setor.
Além do prêmio, Dona Leonor também está concorrendo ao
título de Patrimônio Vivo do Ceará, uma honraria concedida a mestres e mestras
da cultura popular que contribuíram significativamente para a preservação e
transmissão do patrimônio imaterial do estado. O programa Patrimônio Vivo
reconhece indivíduos que são guardiões de tradições, conhecimentos e práticas
culturais que são importantes para a identidade e história do estado. Essas
pessoas são consideradas verdadeiros tesouros vivos, sendo valorizadas e
apoiadas em suas atividades de preservação e ensino das manifestações culturais
cearenses.
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