O processo de beatificação de padre Cícero Romão Batista
na igreja católica foi autorizado pelo Vaticano. A informação foi anunciada
pelo bispo da diocese do Crato, Dom Magnus Henrique Lopes, durante missa
realizada na manhã deste sábado (20), no Largo Capela do Socorro, em Juazeiro
do Norte, no interior do Ceará.
"Queridos filhos e filhas da Diocese do Crato, romeiros de todo Brasil, é
com grande alegria que eu vos comunico nesta manhã histórica que recebemos
oficialmente da Santa Sé, por determinação do santo padre, o papa Francisco,
uma carta do dicastério para a causa dos santos, datada do dia 24 de junho de
2022. Recebemos a autorização para a abertura do processo de beatificação do
padre Cícero Romão Batista que, a partir de agora, receberá o título de servo
de Deus", disse Dom Magnus Henrique Lopes durante a celebração.
Em 2015, o Vaticano atendeu ao pedido do bispo Dom Fernando Panico e
reconciliou o padre Cícero Romão Batista com a igreja católica. Com a
reconciliação, não havia mais impeditivos para a abertura do processo de
beatificação do "santo popular".
O pedido para a autorização da beatificação de padre Cícero foi solicitado por
Dom Magnus Henrique Lopes , através de uma carta entregue ao papa Francisco
durante a visita ao Vaticano, em maio deste ano.
"Recorremos a vossa solicitude de pastor universal da santa igreja para
pedir especial clemência para com este sacerdote católico, amado, exonerado.
Esperamos que Vossa Santidade, na hora oportuna, examine, com o coração de pai
e como sucessor de Pedro, este pedido ora formulado, cuja resposta é um anseio
nosso e dos milhões de devotos do padre Cícero", diz um trecho da carta
entregue por Dom Magnus ao papa Francisco.
O trecho foi lido pelo bispo da diocese do Crato durante o anúncio da autorização
do processo de beatificação de padre Cícero. A notícia foi recebida com salva
de palmas e fogos por centenas de fiéis que estavam no local.
Padre Cícero morreu em 1934 rompido com o Vaticano por envolvimento com a
política e pelo polêmico “milagre da hóstia”. Segundo a crença popular, uma
hóstia dada pelo padre virou sangue na boca de uma beata. Para os devotos de
padre Cícero, trata-se de um milagre, mas a igreja Católica considerou o caso
uma interpretação equivocada. Por conta dos "equívocos", ele foi
afastado da igreja católica.
Padre Cícero Romão Batista é considerado "santo popular" para muitos
fiéis católicos nordestinos. Todos os anos, as romarias em homenagem a ele
atraem milhões de romeiros a Juazeiro do Norte.
Processo de beatificação
Para concluir a beatificação, o Vaticano faz inicialmente
um levantamento da biografia do candidato para verificar se há algum fator na
biografia que possa impedir o processo. Se nada for encontrado, a igreja emite
o Nihil Obstat (nenhum impeditivo), um documento formal, redigido em latim e
dirigido ao bispo indicando que o pode haver continuidade do processo.
“É a partir deste documento que o candidato à santidade passa a ser chamado
Servo de Deus e tem a investigação livre para desenrolar-se até o fechamento do
processo”, explica o advogado e especialista em Direito Canônico José Luís
Lira.
Em seguida, será constituído um tribunal eclesiástico diocesano que vai aferir
as qualidades, as virtudes e constatar toda a vida do Servo de Deus.
Após a conclusão da fase diocesana, os documentos são encaminhados para o
Vaticano, onde inicia-se a fase romana. O Vaticano avalia relatos de milagres,
graças e atos que possam dar status de beato a Padre Cícero.
“Uma vez constatada, ele é automaticamente declarado como ‘venerável’. Se
houver um milagre consistente, nos modos que a Santa Sé exige, com laudos
médicos e toda documentação cabível, é iniciada a fase de beatificação.
Aprovado o milagre, o papa autoriza a beatificação. Depois de se tornar beato,
é necessário outro milagre para a canonização”, conta Luís.
Fonte:
G1 CE
Graças a Deus 🙏🙌
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