O Governo do Ceará concretiza a repatriação de 998
fósseis nesta quinta-feira (14), que estavam ilegalmente na França. A
solenidade oficial aconteceu no Aeroporto Internacional de Fortaleza, marcando
o retorno dessas peças com alto valor científico e cultural, totalizando duas
toneladas. Esse desfecho põe fim a um caso que teve início em 2013.
Os fósseis, datados do período Cretáceo (com
aproximadamente 90 a 110 milhões de anos), abrangem uma notável variedade,
incluindo espécies como pterossauros, peixes, plantas e insetos, todos
originários da Chapada do Araripe, no Cariri.
O professor e diretor do Museu de Paleontologia Plácido
Cidade Nuvens, vinculado à Universidade Regional do Cariri (Urca), Allyson
Pinheiro, destacou que essa é a maior repatriação cultural da história do
Brasil: “Estamos falando da maior repatriação em volume de bens culturais
brasileiros da história. Estamos vivendo um período muito especial, uma
sequência de eventos raros, como o retorno do Ubirajara. Hoje é um dia muito
importante e significativo”.
A comitiva estadual, liderada pela titular da Secretaria
da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Sandra Monteiro, inspecionou as
peças e ressaltou os esforços do Governo do Ceará ao longo dos anos para
garantir o retorno desse material tomado ilicitamente do território cearense.
“Há alguns anos, nós temos um grande esforço por parte do
Governo do Estado para que seja feita a defesa do patrimônio cearense e do
Brasil. O retorno deste material está para além dos fins científicos. Poderemos
pensar em pesquisas, envolvendo institutos nacionais e internacionais,
contemplando também o nosso Museu de Paleontologia, no Cariri. Temos, então,
uma gama de esforços para que tudo isso fosse concretizado”. As peças haviam
sido simbolicamente entregues ao Brasil em 2022, em cerimônia realizada em Le
Havre, na França.
Após o recebimento, os fósseis farão parte do acervo do
Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens e serão exibidos em exposições
itinerantes.
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